quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Feed the fire

Ele acordou meio assustado, esfregou a mão no rosto. Dessa vez tinha sido real demais, e isso o assustara. O sorriso dela era lindo, e era todo pra ele. Seu cabelo, negro com algumas mechas claras, seus olhos amendoados e sua voz eram mais que reconhecíveis. Ela havia tornado dona absoluta dos seus sonhos...

A única coisa que ainda ecoava em sua mente era: “Ela saberá meu nome, ela me conhecerá. Eu sei que ela está por aí, e será minha só minha”. Isso o consumia, e lentamente partia seus elos com a realidade. Assim, ele mergulhava eternamente no seus devaneios.

Os dias iam passando e a única coisa que ele fazia era procura-lá. As pessoas começavam a estranhar seu novo estilo apático. No seu quarto havia recortes de jornais, fotos desfocadas e boatos qualquer. Sua obsessão o divertia, a chama continuava sendo alimentada. Ele apertou a barra da camisa e resolveu ir ao seu encontro, já tinha uma idéia de onde ela vivia, e ele a queria mais do que nunca.

Gastou tudo o que tinha, pegou todos os ônibus, foi em todos os lugares que imaginava, consultou todas suas fontes, nada. Sentou-se na praça, seu cabelo estava desgrenhado, e sua roupa estava amassada. Coçou a cabeça, respirou fundo: era o fim. Ele não daria mais um passo, toda aquela loucura tinha ido longe demais. Era o pôr-do-sol em uma dessas cidades operárias.

Ele olhava pro chão, segurou a raiva quando se deparou dessa loucura toda e resolveu olhar pro céu. Algo travou sua cabeça no meio do caminho: um rosto quase angelical, um cabelo negro com algumas mechas claras, um sorriso doce, quase infantil. Era ela! A chama estava novamente acesa...

By the way: http://runawayeah.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário