quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Duvidas Freudianas

Eu sou realmente obrigado a ser Eu?
Não tenho direito a escolher o que desejo ser? Sou obrigado a ser escravo de mim mesmo?
Por que gosto das coisas que gosto? Por que tenho que sentir prazer nas coisas que dão prazer somente a mim?
Por que a melhor desculpa que posso dar quando erro é "Eu sou assim, me desculpe"? Tenho que ser isso? Sou fadado a ser apenas uma junção da tríadica psíquica de Freud?
Sou obrigado a modificar meu comportamento devido as experiências que me traumatizam e ficam no meu subconsciente? Não posso mudar o que sou de uma hora pra outra?
Eu devo ser Eu sempre?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Singularidade

Eu não sou o mais inteligente, nem o mais talentoso, nem o mais belo. Não sou o mais rico, o mais sábio ou o mais santo. Quisera eu ser "o mais alguma coisa", mas isso eu não sou.
Não sou o único ser humano, nem o único brasileiro, nem mesmo sou o único Lucas exisitente. Não sou o único que pode te fazer feliz, nem mesmo o único que é importante na vida de alguem. Deste mundo, não sou nem mesmo o único diferente, existem aos montes pessoas como eu.
Destas negativas, ao menos tenho certeza no que sou o único e "o mais": Sou o único e o mais Eu, com essa dosagem de defeitos e qualidades, mesclado de forma perfeita e homogênea, Sou o mais especialista na arte de ser Eu mesmo, e o único capaz de conviver comigo mesmo, 24 horas por dia.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sonhos

Na terra de Morpheu, nada é tão vulgar que não possa ser feito, nada é tão sutil que não possa ser marcante, e principalmente nada é tão surreal que não possa ser crível. E é por isso que os sonhos possuem a propriedade de me assustar tanto...
É dito que os sonhos são a janela para o nosso inconsciente, aonde todo o fascínio e a idealização vive. E é lá tambem aonde vivem os medos, os instintos e as verdades tão bem seladas e protegidas por um selo de banalidade, que nos sonhos são dispertas e vem como uma wyrm destruíndo as amarras da realidade tão bem construídas.
Acordar de um sonho tem o mesmo efeito moral que uma bomba de gás lacrimogênio. O impacto de ter sonhos aonde tudo é melhor, tudo é idealizado e do jeito que você deseja em contato com um mundo em que não se tem controle, e que nem sempre é da forma que devia ser, possui um efeito destrutivo abismal. O suor que escorre na verdade é apenas a personifcação das lágrimas de frustação da saída de um mundo perfeito, feito apenas para recordar que vivemos num mundo que não gostamos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Requiém

Fecha-se a porta deste mundo,
É selado o ultimo prego
Agora o silêncio eterno me aguarda
Alguem me ouve, alguem quer ouvir meu canto funesto?
Não me orgulho, não me arrependo...

Do que se encerrou não se fala mais
Um novo começo me aguarda.
As mazelas já não me agridem, a dor é uma inútil lembrança
Não me orgulho e muito menos me arrependo...

Ainda estarei vivo em algum lugar?
Sua memória manterá minha chama acesa?
Sua mente se encherá de mim?
Mas saiba que não me orgulho, e já não me arrependo...

As mascáras já desabaram,
O presente, passado e futuro são um só
Suas lutas já não me incomodam
Você ainda quer ouvir meu ecoar?
Eu não me orgulho, mas também não me arrependo.




segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dias Chuvosos...

São Originais, são verdadeiros. Exprimem toda veracidade da modificação humana. O cinza do céu passa a se misturar ao negro do asfalto, ao cinza da parede crua de cimento, ao marrom da terra, e tudo vira uma paiságem bucólica. Toda máscara cai, nada impede a torrente celeste.
As pessoas se aninham debaixo das marquises, com olhos assustados. O suor da intensa labuta diária é aplacada por alguns instantes. Os ociosos se recolhem a suas camas e se entregam ao sono. Tudo fica mais calmo, mais tranquilizante, mais feliz.
Se molhar pela chuva então, é uma das experiências mais incríveis e, ao mesmo tempo, mais vulgar possível. Ao fechar os olhos e deixar que a chuva lhe golpeie com sua força, o mundo pára por um instante. As gotas geladas escorrem pela pele, e dizem: "Ei, você é humano, você está vivo! Na verdade, você é mais humano do que jamais pensou". E ao sair da chuva, você sente alívio, por não estar mais na chuva. Ao se secar, você sente alívio, por estar seco. A chuva é um prazer para os loucos que ainda amam mais os prazeres simples da natureza que um mundo artificial que é quebrado por o cinza de um dia chuvoso.