segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dias Chuvosos...

São Originais, são verdadeiros. Exprimem toda veracidade da modificação humana. O cinza do céu passa a se misturar ao negro do asfalto, ao cinza da parede crua de cimento, ao marrom da terra, e tudo vira uma paiságem bucólica. Toda máscara cai, nada impede a torrente celeste.
As pessoas se aninham debaixo das marquises, com olhos assustados. O suor da intensa labuta diária é aplacada por alguns instantes. Os ociosos se recolhem a suas camas e se entregam ao sono. Tudo fica mais calmo, mais tranquilizante, mais feliz.
Se molhar pela chuva então, é uma das experiências mais incríveis e, ao mesmo tempo, mais vulgar possível. Ao fechar os olhos e deixar que a chuva lhe golpeie com sua força, o mundo pára por um instante. As gotas geladas escorrem pela pele, e dizem: "Ei, você é humano, você está vivo! Na verdade, você é mais humano do que jamais pensou". E ao sair da chuva, você sente alívio, por não estar mais na chuva. Ao se secar, você sente alívio, por estar seco. A chuva é um prazer para os loucos que ainda amam mais os prazeres simples da natureza que um mundo artificial que é quebrado por o cinza de um dia chuvoso.

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