Se eu pudesse escolher uma só palavra para meu epitáfio, escolheria "pai".
A paternidade te transforma com ternura. De forma benevolente, te enxerta com um amor difícil de mensurar e impossível de explicar. Problemas antes insolúveis, viram etapas para um sucesso breve, antes do próximo desafio. Coloca em questão suas certezas e suas definições em xeque. Você precisa evoluir, precisa se resolver dos seus próprios traumas, e com uma ótica nova que alivia tudo, a certeza que o maior sucesso é o sorriso do teu filho.
Camila me ajudou a ser melhor, me desafiou a ser melhor, me instigou a ser melhor. Entender e aceitar a neurodivergência dela me ajudou a entender e aceitar a minha. Me obrigou a desacelerar no que eu queria e a acelerar no que eu precisava fazer. Fiz coisas que meu orgulho me disseram ser impossível e que meu medo me paralisava. Eu sou porque preciso ser.
Também sou filho. Filho do seu Sérgio, do Márcio Cruz. E com a ótica de pai, me coloquei a prova para entender o que sou para ele e o que ele é pra mim. Dos desafios que ele viveu para que eu chegasse onde cheguei, para entender as dificuldades, os erros e os acertos da caminhada. E finalmente me vi compreendendo que pais são apenas filhos com filhos, cheios dos seus traumas e erros e tentando fazer uma versão melhor de si.
Se eu pudesse escolher uma só palavra para meu epitáfio, escolheria "pai". Não porque é a única coisa que sou, mas a única coisa que me orgulho totalmente em ser. Não porque eu me reduzo a isso, mas porque isso me expandiu além de mim.
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