sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Ritual

Ela desperta a magia. Mas não a wiccana, não o neo-paganismo. Não há dentro de si os guias arcanos europeus, cheios de encantamentos e regras, os grimórios, as leis. Não, não existe regras em sua magia...
Ela desperta o primordial. Seus quadris evocam a magia antiga. O transe, a loucura, frenesi. Sua voz é o barulho do calcar de pés descalços em volta da fogueira, ritmados nas batidas instrumentais da carne. Ela é o batucar das peles curtidas yourubá. A canção do inteligível. O que a humanidade expressava antes mesmo de saber expressar. Ela é a conexão carnal entre o céu e a terra. O profano espiritual, o que há de físico no etéreo.
Ela é Oya. Eu sou Exu.

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