Epaminondas era um cara legal, era um cara normal. Adorava fazer coisas que todo mundo da sua idade fazia. Epaminondas adorava ser o rei do seu universo. No seu mundo, ele era o cara mais inteligente, o descolado, a alegria da galera, o indispensável, o que arrancava muito suspiros. Tinha uma família perfeita, uma casa legal, tudo que queria. Não era necessário explicar nada da sua vida pra ninguém. Todos que conheciam o Epaminondas sabiam de cara o que ele era, as suas convicções, o seu comportamento, o seu senso de justiça. Epaminondas se sentia Completo
Então tudo começou a ruir na cabeça do pobre Epaminondas. Talvez para os outros de fora, fosse apenas uma fase ruim, não era motivo pra drama. Mas não para Epaminondas, para ele, era o fim de uma perfeita, preciosa e incrível era. Epaminondas se sentia traído por tudo o que ele achava que eram os fundamentos imutáveis do mundo. Epaminondas se sentia triste.
Talvez a sorte tivesse sorrido novamente para Epaminondas, ele havia conseguido ir pra um lugar legal, com gente legal, e com uma vida aparentemente legal. Ele não queria perder tempo, e tentou, de uma vez só, jogar toda informação, todo seu ser. Ele queria desesperadamente ter novamente seu reinado. Logo, ele percebeu que não havia conseguido chegar nem perto do efeito desejado. Na verdade, ninguém reconhecera nada do que ele achava que era estampado na sua cara. Epaminondas se sentia confuso.
Demorou um pouco, mas Epaminondas percebeu o quanto ele havia errado. Ele demorou a perceber que na verdade tudo aquilo que ele pensava dele mesmo não era mais do que um castelinho de cartas, que ficava muito bem apoiado antigamente, e agora com a falta de cuidado dele estava a ruir. Epaminondas se sentia em conflito.
Epaminondas precisava de alguma forma escrever o que sentia. Então, durante uma travessia numa ponte, numa noite chuvosa, ele teve uma idéia: Escrever uma história com o pseudônimo de Astrogildo, que estava escrevendo sobre o pseudônimo de Horácio, que estava escrevendo com o pseudônimo...
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