Quando chegamos a este mundo, temos apenas nossa alma como moeda de troca. E acredite, nós já a vendemos diversas vezes.
Não meu caro, não leve isso para o lado profano da moralidade. Afinal, você e eu fizemos isso a vida inteira. Desistimos do velho amor em busca de um novo, deixamos de gostar de tudo que vivia em nosso âmago apenas pela aceitação, e assim caímos em profunda dissidência com a nossa Psiqué. Falhamos com o nosso Ego, tudo em prol da vitória calcada na efemeridade.
A cada mudança, a cada sacrifício pelo trabalho, pela busca do conhecimento, vendemos nossa alma aos deuses da conformidade, do sistema, do pré-existente, do pré-moldado. E assim, abandonamos a vicissitude da alma, que se condói, fragmenta-se, urra de dor.
No final, temos apenas a apatia, a casca de aquilo que um dia já foi, trocada por um manto de banalidade, de felicidade ignorante, de completo conhecimento sobre o nada.
E assim, vivemos, vazios em nós mesmos, sem nada mais a oferecer.
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