quinta-feira, 21 de julho de 2011

Prelúdio do poslúdio

Esses serão dias desonestos.
Como aqueles dias de diáspora, esses serão dias desleais. Tempos aonde velhos amigos serão nada mais que estranhos, aonde estruturas pétreas serão ruínas. Palácios se tornarão casas vazias e as épicas histórias se tornarão capítulos de livros fechados.
A jornada de mil passos começará com passo algum, e atlas derrubará o enorme peso das costas.
Será o início de uma era com um gosto amargo de uma era anterior que não deveria se encerrar, e o fantasma do passado, esse pária, tornar-se-á o assombro eterno que molda o futuro que não há de vir tão cedo.
Serão esses os anos de silêncio que precedem a calmaria, o tempo em que se para de lamentar pela calamidade e começa a se limpar os escombros.
Esses serão os dias do recomeço de um final inacabado.

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